Não deixem que calem a tua voz, mergulhe nas páginas de um livro e encontre as respostas. |
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AUSÊNCIA
Ausentar-se do ápice dos desejos
É renunciar o verdadeiro sentimento Lutar contra a maré do sofrimento Na ânsia de tua boca receber beijos. Buscando no breu alguns lampejos Anunciando a brevidade da dor Numa louca tentativa de sobreviver O frio das lágrimas no rosto a escorrer Num lugar fétido, úmido e escuro Onde se esconde a moldura do futuro E a sepultura do único amor. Preces apócrifas num triste clamor Oriundo das nefastas mazelas Canções cantadas para as donzelas Que não conheceram o humor Vivem presas na jaula do horror Camufladas pelas forças do destino Abandonando aquele que ama Alma, fé e oração que proclama Um fio da negra e podre esperança Crucificando a rala lembrança Do tempo que fui menino. Adormecer nos braços do desatino Comer as sobras das migalhas O odor de sangue na navalha Cortando a carne do peregrino Saboreando a náusea no intestino Fazendo pedir o fim das arestas Responsáveis pela cena dramática Domado pela situação pragmática Nos arredores da cidade corrompida Elo com a realidade distorcida Presenteado com as fétidas frestas.
Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 18/11/2011
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